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Kossi Ntiafalali Aziagba

Os frutos do pecado

Sussurros da Noite: Os Frutos do Pecado




 A filha do mestre, Eléonore, cativada pela sua força e sensibilidade, sucumbiu a um desejo proibido.
Eleonore (1807)
Nova Orleans, uma colônia francesa banhada em umidade e segredos. Sob o jugo de um sol implacável, as sombras sussurram histórias que a luz do dia prefere ignorar. No coração desse microcosmo onde a propriedade reina suprema, uma tragédia se desenrola, tecendo sua teia de mentiras e paixões proibidas.

 

1807


Zebedeu, um escravo de olhar orgulhoso e alma rebelde, carrega em seu ventre o fruto de um amor proibido. A filha de seu mestre, Eléonore, cativada por sua força e sensibilidade, sucumbiu a um desejo proibido. Mas neste mundo onde a cor da pele dita o destino, o caso deles é um crime punível com a morte.


O escândalo irrompe, atiçando as chamas da raiva e do julgamento. Zebedeu, caçado como um animal selvagem, não tem escolha senão fugir para salvar a sua vida e a do seu filho ainda não nascido. A noite, cúmplice dos seus segredos, envolve-o no seu manto de veludo preto enquanto ele corre em direção ao desconhecido, deixando Eléonore para trás, quebrada e sozinha. Mas o destino tem outros planos. Longe da cidade, no calor sufocante de uma cabana de madeira, outra tragédia se desenrola. A jovem Alizée, filha única de Zébédée, fica grávida do mestre a quem sempre serviu. Um mestre que não é outro senão o pai de Eléonore. A Câmara Municipal, reunida com urgência, exige justiça. Mas justiça para quem? Para Zebedeu, de quem foi o crime ter amado uma mulher branca? Para Eléonore, condenada à vergonha e à rejeição? Ou para Alizée, presa numa espiral de desejos e manipulação?

À medida que as tensões aumentam e as acusações aumentam, surge uma questão candente: neste mundo onde a moralidade e a crueldade se fundem, que lugar resta para o amor?

Nota do Autor: 

Esta história romântica "Os Frutos do Pecado" convida você a mergulhar no abismo de uma sociedade onde a injustiça e a paixão travam uma batalha impiedosa. Deixe-se transportar pelos destinos desfeitos de Zébédée, Eléonore e Alizée e descubra como a esperança pode nascer das cinzas do desespero.


 

Capítulo 1: A fuga de Zebedeu




Zébédée, com o coração batendo descontroladamente, deslizou por entre as árvores, apanhado pela sombra protetora da floresta.
Zebedeu: O escravo

O silêncio da noite era opressivo. Zébédée, com o coração batendo descontroladamente, deslizou por entre as árvores, apanhado pela sombra protetora da floresta. Atrás dele, os ecos da raiva e dos gritos ainda ecoavam em seus ouvidos. A raiva do patrão, o olhar acusador de Eléonore, os murmúrios dos criados... Tudo o condenava.

O crime de Zebedeu? Tendo amado uma mulher branca, filha de seu mestre. Um amor impossível, nascido nos segredos do bayou, alimentado por olhares furtivos e palavras sussurradas. Um amor que, hoje, o levou à queda.

Sua mão repousava sobre a barriga, onde o filho de Eléonore já crescia. Um sentimento de ternura e responsabilidade o invade. Ele teve que fugir, para salvar sua vida, mas também para proteger esse feto, símbolo de uma união amaldiçoada.

Zebedeu abriu caminho através da vegetação densa, com os músculos doloridos pela corrida frenética. O medo tomou conta dele, mas uma chama de determinação ardia dentro dele. Ele não se deixaria ser derrotado. Encontraria um refúgio, um lugar onde seu filho pudesse nascer com total segurança.



Na manhã seguinte, Eléonore, com o rosto devastado pela dor e pela vergonha, foi até a cabana de Zebedeu.

Alizée, surpresa com a visita, acolheu-o com certa desconfiança.

“Zébédée se foi”, anunciou Eléonore com a voz trêmula. “Ele fugiu para escapar da ira de meu pai.”

Um pesado silêncio caiu sobre a cabana. Alizée sentiu uma mistura de emoções contraditórias: tristeza por Zébédée, raiva pelo mestre e um medo surdo pelo seu próprio futuro.

"Por que você está me contando isso?" ela finalmente perguntou.

Eléonore olhou nos olhos de Alizée, com lágrimas escorrendo pelo rosto. "Porque estou grávida", ela sussurrou. “E a criança é do meu pai.”

O choque foi brutal. Alizée sentiu como se o mundo estivesse desabando ao seu redor. O mestre, o homem a quem ela sempre serviu, também era o pai do filho de Eléonore. Um sentimento de traição e desgosto o invadiu.

"O que você vai fazer ?" ela perguntou, sua voz vazia.

Eléonore balançou a cabeça, as lágrimas aumentando. "Não sei. Estou perdido. Meu pai vai me deserdar. Não tenho para onde ir."

Alizée cerrou os punhos, a raiva fervendo dentro dela. "Eu não vou decepcionar você", disse ela com uma voz determinada. “Encontraremos uma solução juntos.”

O Conselho Municipal se reúne em sessão de emergência.

O escândalo estava na boca de todos. O caso entre Zébédée e Eléonore, a infidelidade do mestre, a gravidez de Alizée... Todos falavam disso, com olhares acusadores e murmúrios insultuosos.

O mestre, arrogante e impiedoso, exigiu punição de Zebedeu. Ele o chamou de criminoso, ladrão de vidas, e exigiu sua cabeça em uma bandeja.

  • “Ele manchou a honra da minha família!” ele gritou, seu rosto vermelho de raiva. “Ele deve pagar por seu crime!”

O conselho, dividido entre a moralidade e a crueldade, debateu durante horas. Alguns eram a favor da clemência, argumentando que Zebedeu apenas seguira o seu coração. Outros, mais radicais, exigiram a sua execução como símbolo de justiça e ordem.

O destino de Zébédée, Eléonore e Alizée pendia na balança. A sentença do conselho selaria o futuro deles, condenando-os à vergonha ou libertando-os do peso da culpa.

Capítulo 2: A sentença



Eléonore procura uma forma de convencer o pai.
Eleonore e seu pai.

O sol queimou Nova Orleans, secando corações e almas. Na sala do conselho, a atmosfera era elétrica. A tensão era palpável, cada palavra pesando no silêncio opressivo.

Eléonore procura uma forma de convencer o pai.

O destino de Zébédée, Eléonore e Alizée estava nas mãos destes homens, figuras austeras e impiedosas que se viam como guardiões da moralidade.

O mestre, sentado à cabeceira da mesa, dirigiu-se à assembléia. Sua voz estrondosa ecoou pela sala, pontuada por socos furiosos na mesa.

  • “Ele manchou a honra da minha família!” — gritou ele, apontando para uma cadeira vazia, símbolo da ausência de Zebedeu. “Esse escravo me desafiou, ele desrespeitou nossas leis! Ele deve pagar por seu crime!”

Murmúrios de aprovação foram ouvidos entre os membros do conselho. O ódio e a vingança eram palpáveis no ar.

Um homem, com o rosto marcado pela sabedoria e compaixão, falou. Sua voz suave e calma contrastava com a fúria do mestre.

  • “Senhores, não podemos deixar que a raiva nos guie”, disse ele. “A justiça deve ser feita, mas também deve ser justa. Zebedeu cometeu um erro, certamente, mas ele também é um homem, um pai. Não esqueçamos a compaixão e a humanidade em nosso julgamento”.

O debate tornou-se animado, com argumentos vindos de todos os lados. Alguns defenderam a clemência, enquanto outros pediram a cabeça de Zebedeu.

Eléonore, de rosto pálido e olhos selvagens, aguardava seu veredicto. A sua vida, o seu futuro, tudo dependia da decisão destes homens.

Alizée, por sua vez, foi consumida pela raiva e pela frustração. Ela cerrou os punhos, impotente diante da injustiça que se desenrolava diante de seus olhos.


Após horas de deliberação, a sentença foi finalmente pronunciada.

Zebedeu, condenado ao exílio, teve que deixar Nova Orleans em 24 horas. Eléonore, forçada a casar com um homem que não odiava mas não amava, seria enclausurada na sua própria mansão, uma prisão dourada onde viveria na vergonha e no arrependimento. Alizée, por sua vez, seria banida da cidade e enviada para uma plantação remota, longe de tudo e de todos.

O destino das três mulheres estava selado. Quebrados pela crueldade e pela injustiça, teriam que enfrentar a sua nova realidade, cada um por si, apenas com a sua coragem e determinação.

Mas a última palavra ainda não foi dita. A chama da esperança ainda ardia em seus corações, e o futuro, incerto e tumultuado, prometia novas provações e novas batalhas.


Nota do Autor - Em breve: Capítulo 3: Exílio


A romântica história "Os Frutos do Pecado" convida você a acompanhar o trágico destino de Zébédée, Eléonore e Alizée, três mulheres destruídas pela injustiça e crueldade de uma sociedade impiedosa. Deixe-se transportar pela sua coragem e determinação numa história comovente onde o amor e a liberdade lutam contra o ódio e a opressão.


 

Capítulo 3: Exílio _ Os Frutos do Pecado


A noite envolveu Nova Orleans em seu manto de escuridão. Zebedeu, com as costas dobradas pelo peso da sacola contendo algumas escassas provisões, afastou-se da cidade em silêncio. Seu coração pesado batia no ritmo de seus passos. Ele estava deixando tudo o que conhecia: a terra que havia arado, a cabana que havia construído e, acima de tudo, Alizée, sua filha cujo futuro era agora incerto.

O remorso o estava corroendo. O seu amor por Eléonore levou-o à ruína e foi a sua filha quem pagou o preço. Um soluço áspero lhe escapou, perdido no farfalhar das folhas agitadas pela brisa noturna.

A quilômetros de distância, dentro da suntuosa mansão, Eléonore sentiu-se presa.


Eléonore procura uma forma de convencer o pai.
Leonor

A perspectiva de um casamento arranjado com um estranho era intolerável. Sua imagem refletida no espelho mostrava-lhe um rosto pálido e com círculos escuros, seus olhos refletindo profunda tristeza.

Ela colocou a mão na barriga arredondada, um gesto maternal impregnado de ternura infinita. O filho de um amor proibido, última lembrança de Zebedeu, crescia dentro dela. Ela jurou protegê-lo, criá-lo com amor e dar-lhe um futuro melhor do que aquele que o esperava.



A jornada de Alizée até a plantação remota foi igualmente árdua.

Amontoada com outros escravos numa carroça sobrecarregada, ela sentiu uma raiva ardente misturada com medo. Condenada à solitária por um crime que não cometeu, ela não compreendeu a injustiça que a assolava.

Mas no fundo de seu coração, um lampejo de rebelião se acendeu. Ela não aceitaria seu destino sem lutar. Ela pensou no pai, na coragem dele, e sabia que precisava herdar a força dele para sobreviver.

Dias e semanas se passaram. Zebedeu, vagando pelos pântanos hostis, lutou pela sua sobrevivência. Aprendeu a caçar e a pescar, sendo a natureza o seu único refúgio. Mas a esperança de um dia rever o filho de Alizée e Eléonore nunca a abandonou.

Eléonore, trancada em sua prisão dourada, afundava lentamente na depressão. O marido, um homem frio e distante, não lhe deu conforto. Ela encontrou uma aparência de paz apenas nas conversas secretas que teve com um servo fiel, sonhando com uma vida melhor e uma nova liberdade.

Alizée, chegando à plantação, descobriu um mundo cruel e impiedoso. O trabalho era exaustivo e as condições de vida, miseráveis. Mas diante da brutalidade do capataz, ela resistiu ferozmente. Ela organizou os outros escravos, incutindo neles um vento de rebelião, uma esperança de mudança.

O destino destas três mulheres, cada uma apanhada no turbilhão do seu exílio, em breve se cruzaria novamente. Alianças inesperadas se formariam, segredos enterrados seriam revelados e a luta pela liberdade e pela justiça tomaria um rumo inesperado.


Em breve: Capítulo 4: Alianças


 

Capítulo 4: Alianças


O tempo, como um rio implacável, carregava consigo seu fardo de tragédias e esperanças. Zébédée, assombrado pela memória de Eléonore e Alizée, sobrevivia nos pântanos, lutando contra a solidão e a fome. Sua força física era igualada apenas por sua força mental, alimentada pela esperança de um dia reencontrar suas filhas.

Alizée, por sua vez, transformou-se em uma figura de resistência dentro da plantação. Sua coragem e determinação inspiraram os demais escravos, alimentando um sentimento de revolta que estava prestes a explodir.

Eléonore, reclusa em sua mansão, mergulhava na melancolia. O nascimento de seu filho, fruto do amor proibido com Zebedeu, trouxe apenas escasso consolo. O olhar acusador do marido e a vergonha que pesava sobre seus ombros a consumiam por dentro.

Um dia, uma notícia mudou o destino das três mulheres.

Ayanna. Ela não era outra senão a filha de Zebedeu, nascida de um caso antes de seu exílio.
Ayanna e seu pai Zebedeu

Uma jovem, mal saindo da adolescência, chegou à plantação. Seu nome: Ayanna. Ela era nada menos que a filha de Zébédée, nascida de um relacionamento anterior ao seu exílio. O choque foi imenso. Alizée, que a havia saudado com desconfiança no início, descobriu em Ayanna uma alma afim, uma aliada na luta pela liberdade.

A jovem, dotada de uma inteligência aguçada e de uma mente perspicaz, adaptou-se rapidamente à dura vida da plantação.

Uma noite, sob o luar, Alizée e Ayanna confiaram seus segredos uma à outra.

Alizée contou a trágica história de Zébédée e Eléonore, a injustiça que os condenou ao exílio e ao sofrimento. Ayanna, por sua vez, revelou o destino cruel que a levara até a plantação: ela havia sido vendida pelo próprio tio, atual senhor de Zebedeu, para saldar suas dívidas.

Um sentimento de raiva e revolta tomou conta deles. Eles não podiam aceitar esta injustiça que estava destruindo as suas vidas. Unidos pelo sangue e pelo sofrimento, decidiram lutar juntos para recuperar a sua liberdade e a dos seus entes queridos.

O plano deles era ousado e arriscado. Ayanna, aproveitando a sua posição como escrava doméstica, aproximava-se do senhor da plantação para ganhar a sua confiança. Alizée, por sua vez, continuaria a organizar os demais escravos, preparando o cenário para uma revolta que abalaria os alicerces de Nova Orleans.

O destino das três mulheres, agora ligadas por um pacto de vingança e liberdade, estava prestes a mudar. O confronto com os seus opressores era inevitável e a chama da rebelião estava pronta para incendiar corações e almas.


Nota do Autor: Em breve: Capítulo 5: A Revolta

A história romântica "Os Frutos do Pecado" mergulha você em uma história comovente onde o amor e a liberdade lutam contra o ódio e a opressão. Deixe-se transportar pela força e coragem de Alizée, Ayanna e Eléonore, três mulheres dispostas a tudo para quebrar as correntes que as prendem.



 

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Capítulo 5: A revolta

O sol queimou Nova Orleans, secando corações e almas. No calor opressivo, a tensão era palpável. A revolta retumbou nos corações dos escravos, alimentada pela injustiça e pelo sofrimento. Alizée e Ayanna, as duas principais figuras da resistência, atuaram nas sombras, preparando a revolta que abalaria os alicerces da cidade.
A revolta de Zebedeu

O sol queimou Nova Orleans, secando corações e almas. No calor opressivo, a tensão era palpável. A revolta retumbou nos corações dos escravos, alimentada pela injustiça e pelo sofrimento.


Alizée e Ayanna, as duas principais figuras da resistência, atuaram nas sombras, preparando a revolta que abalaria os alicerces da cidade.

Ayanna, usando seu charme e inteligência, conquistou a confiança do mestre. Ela desempenhou o papel de serva dócil, atenta a todos os seus desejos, ao mesmo tempo que aguçava seu espírito de vingança. Todos os dias ela coletava informações valiosas sobre os guardas, armas e planos da plantação.

Alizée, por sua vez, tornou-se o símbolo da resistência. Sua força física e determinação inspiraram outros escravos. Ela organizou reuniões clandestinas, destilando raiva e esperança em corações endurecidos. À noite, os murmúrios espalhavam-se pelos campos, alimentando a chama da revolta.


O dia D chegou.

A noite havia caído, envolvendo a plantação em seu manto de escuridão. Os escravos, galvanizados pelos discursos de Alizée e Ayanna, reuniram-se no pátio principal. A tensão era elétrica, cada olhar brilhando com um lampejo de determinação.

O sinal de revolta foi dado. Gritos ecoaram durante a noite, quebrando o silêncio opressivo. Os escravos, armados com tochas e algumas ferramentas rudimentares, correram em direção aos guardas, surpresos e desorientados. A violência explodiu, corpos colidiram em um caos indescritível.

Alizée, lutando com ferocidade inesperada, derrubou um guarda após o outro. Seu olhar ardia com uma raiva há muito reprimida. Cada golpe desferido foi uma vingança pela injustiça sofrida, pela liberdade violada.

Ayanna, deslizando pelas sombras, dirigiu-se ao mestre.

Com o rosto fazendo uma careta de medo, ele tentou fugir, mas ela o segurou com um gesto rápido. Sua lâmina brilhou na noite e o mestre desabou, com um fio de sangue escorrendo de sua garganta.

A revolta foi vitoriosa. Os escravos, embriagados de liberdade, celebraram a sua vitória com um clamor ensurdecedor. As correntes foram quebradas, o jugo da opressão foi quebrado.

Mas a luta não acabou. A notícia da revolta se espalhou como um incêndio, irritando e temendo os senhores de Nova Orleans. Eles se uniram para reprimir a rebelião, enviando tropas armadas para subjugar os escravos.

Alizée e Ayanna, cientes do perigo iminente, reuniram os sobreviventes da revolta. Eles sabiam que não poderiam resistir ao poder das tropas. Fugir era a única opção.


Guiados pela luz da lua, dirigiram-se para os pântanos, um território hostil, mas que oferecia uma chance de sobrevivência. Sabiam que Zébédée estava se escondendo lá e esperavam encontrá-lo para unir suas forças e continuar a luta pela liberdade.

A jornada deles estava apenas começando. A caçada continuava e perigos os aguardavam a cada passo. Mas nos seus corações ardia a chama da esperança, a certeza de que a liberdade era um direito inalienável, um sonho pelo qual estavam dispostos a sacrificar tudo.

Os pântanos, um labirinto de vegetação e água estagnada, estendiam-se até onde a vista alcançava. Um refúgio hostil, repleto de perigos e criaturas maliciosas, mas que ofereceu uma chance de sobrevivência a Alizée, Ayanna e aos sobreviventes da revolta.

A fuga deles foi pontuada por medo e exaustão. Cada passo os aproximava de Zebedeu, cuja presença nos pântanos era um boato persistente. Mas a caçada continuou. Tropas armadas, lideradas por caçadores implacáveis, estavam no seu encalço, determinadas a capturá-los e puni-los pela sua audácia.

Certa noite, enquanto a noite envolvia os pântanos em seu manto de escuridão, ouviu-se um grito. Uma armadilha, preparada pelos caçadores, fechou-se sobre Ayanna. Alizée, correndo em seu socorro, se viu frente a frente com um homem de olhar cruel e impiedoso: o dono da plantação, sobrevivente da revolta e sedento de vingança.

Seguiu-se uma luta feroz. Alizée, galvanizada pela raiva e pelo medo, lutou com cada vez mais ardor. Sua lâmina dançou na noite, repelindo os ataques do mestre. Mas ele era mais forte, mais experiente. Exausta, ela caiu no chão, derrotada.


O senhor, saboreando sua vitória, preparava-se para desferir o golpe fatal. Mas uma figura emergiu das sombras, um grito de raiva rompendo o silêncio. Zébédée, como um espectro vingador, lançou-se contra o senhor, derrubando-o no chão com um golpe poderoso.

O duelo deles foi intenso e brutal. Dois homens destroçados pela dor e pela perda, unidos pelo ódio e pela vingança. Zebedeu, movido pela raiva por encontrar sua filha em perigo, lutou com força desproporcional. O mestre, sedento de sangue e de dominação, não pararia diante de nada.

O destino de Alizée e Ayanna dependia do resultado desta luta. As duas mulheres, imóveis e aterrorizadas, assistiam à cena, com o coração batendo descontroladamente.

Por fim, Zebedeu, num último esforço, conseguiu desarmar o mestre. Mantendo-o à sua mercê, ele olhou em seus olhos, um brilho de loucura em seu olhar. A vingança estava próxima.


Mas uma voz o deteve. Alizée, levantando-se com dificuldade, implorou para que ele não matasse. "Não se torne como ele", sussurrou ela. "A liberdade não vale a pena se perdermos nossa humanidade."

Zebedeu, hesitante, cerrou os dentes. A raiva dentro dele se transformou em tristeza infinita. Ele soltou o mestre, derrotado por seus próprios demônios.



Zebedeu conquistará
Zebedeu e o fim

O caminho para a liberdade ainda era longo e repleto de armadilhas. Mas em seus corações ardia uma chama inextinguível, a chama da resistência e da dignidade. Continuariam a lutar, contra todas as probabilidades, por um mundo onde a liberdade e a justiça deixassem de ser palavras vazias.



 


Nota do autor
Queridos leitores,

Espero que tenham sido cativados pela história de Alizée, Ayanna e Zébédée em "Les Fruits du Péché".

Este romance nasceu do desejo de explorar os temas da liberdade, justiça e vingança em um contexto histórico específico. Eu quis dar vida a personagens complexos e cativantes que lutam por sua sobrevivência e dignidade em um mundo cruel e impiedoso. A narrativa é pontuada por momentos de alegria e tragédia, esperança e desespero, refletindo a realidade da vida dos oprimidos ao longo das eras.

O caminho de Alizée, Ayanna e Zébédée ainda é longo e cheio de obstáculos.

Nos próximos capítulos, vocês os verão enfrentar novos desafios, forjar alianças inesperadas e descobrir segredos que podem mudar seus destinos para sempre. Estou ansioso para compartilhar o resto de sua aventura com vocês e fazê-los vivenciar novas emoções intensas.

Por favor, sintam-se à vontade para compartilhar seus comentários e sugestões comigo.

Seu feedback é valioso e me ajuda a aprimorar minha escrita. Agradeço pelo seu apoio e aguardo ansiosamente por encontrá-los em breve para a sequência de "Les Fruits du Péché".

Atenciosamente,

Kossi Ntiafalali Aziagba

Seu Escritor, Ativista e Poeta

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